Antifrágil: Como desenvolver
novos comportamentos a partir
do cenário de caos?

09 JUL,2020 - Publicado por: Clave Consultoria

#autoconhecimento #carreira

Por que, antifrágil?

Você já parou para pensar quantos vezes foi estimulado, desde sua infância, a enfrentar situações difíceis e permanecer forte diante delas? Desde sempre, muitos de nós ouviu que deveria ser resiliente, superar obstáculos e sair de desafios sem nenhum “arranhão”. Sem dúvida a resiliência é o primeiro ensinamento que temos para melhor lidar com os desafios da vida.

Mas, o que não falaram para nós é que assim como os músculos, as vezes é preciso sentir a dor do desenvolvimento para nos tornarmos mais fortes. Na academia, quanto mais exercitamos os músculos, mais eles doem, porém, mais se tornam fortes e crescem.

Esse é um paradigma difícil de se quebrar, principalmente se você for mãe e tiver que reconhecer que seu filho precisará ser exposto a cenários desafiadores e caóticos para desenvolver novos comportamentos.

Para melhor entendimento desta analogia vamos recorrer a conceitos criados pelo autor libanês Nassim Taleb e bem explicados no livro: Antifrágil.

Para compreensão do que é ser antifrágil, precisamos primeiro entender o que é ser frágil.

Já jogou uma taça de cristal no chão? Sem dúvidas ela não resistirá ao impacto e irá se quebrar. Nunca mais voltará a seu estágio anterior, mesmo que você cole cada caco de vidro.

Essa analogia pode ser comparada com o que é ser uma pessoa frágil, ou seja, são aquelas que tem dificuldade de resistir a impactos, não conseguindo retornar a seu estado inicial e saem de crises piores do que entraram nelas.

Antes de chegar ao que é o antifrágil, precisamos reconhecer o que é ser o oposto de frágil que para Taleb seria o robusto. Ser robusto nada mais é do que o conceito de ser resiliente. Na mitologia grega há uma figura emblemática muito usada para ilustrar, a Fênix.

Ao sofrer o impacto de passar pelas chamas a Fênix teria a capacidade de retornar a ser um ovo e renascer das cinzas, igual a anterior!

Apesar de resistir ao choque, a Fênix não é beneficiada por ele. Ela é capaz de voltar a seu estado normal, sem se ferir, mas não desenvolve novos comportamentos a partir da adversidade, não nascem penas mais bonitas por ela ter enfrentado um cenário de “crise”. A Fênix possui a capacidade de ser resiliente, se recupera após manter-se forte diante do cenário de “crise”, mas não se beneficia deste cenário.

Por último, o que então seria ser uma pessoa antifrágil? Mais uma vez é possível recorrer a conceitos da mitologia grega para analogia.

A Hidra de Lerna enfrentada por Hércules tinha corpo de dragão e cabeças de serpente. Quando Hércules cortava sua cabeça, duas outras nasciam por benefício daquele cenário adverso.

Assim como este exemplo, pessoas antifrágeis são aquelas que se beneficiam em cenários de caos, desenvolvendo suas vulnerabilidades e tornam-se melhores ou mais fortes após enfrentar obstáculos.

Para reconhecer se você é ou não um profissional antifrágil, listamos alguns pontos importantes:

Sem dúvida ser um profissional antifrágil tem muitos benefícios em um mundo que muda em velocidade acentuada, que tem como premissa ser complexo, ambíguo, incerto e volátil, e que agora chamamos de Novo Normal, o após a Pandemia.

Se você ainda não se percebe assim, deixamos algumas dicas para o seu desenvolvimento:

  1. Se conheça. Busque ferramentas que te ajudam no autoconhecimento.

  2. Procure o caos! Quais situações te tiram da sua zona de conforto? Enfrente elas e busque cada vez mais cenários adversos. A vida começa onde termina a sua zona de conforto, diz Neale Donald Walsch!
  3. Neutralize sensações negativas... Importante equilibrar aspectos emocionais e racionais para manter sua performance diante da adversidade.
  4. E repita os 3 primeiros passos quantas vezes forem necessárias. O exercício da persistência te ajudará a aprimorar sua antifragilidade.
  5. Por último tenha em mente um aspecto importante, na cultura japonesa existe uma premissa que nos ajuda a ressignificar esses conceitos. No Japão objetos quebrados são reparados mediante a arte do Kintsukuroi: a arte de consertar cerâmicas quebradas com ouro. Assim, as falhas são vistas como uma parte da história daquele objeto, o tornando único e mais valioso. Sinta-se assim, quando se sentir rachado!

Tenha autoconhecimento, se lance em cenários adversos, caóticos, e exercite suas vulnerabilidades.

Espero que gostem e compartilhem suas experiências.

Até o próximo!

Ingrid Emerick

É psicóloga, Head of Talent Acquisition and Talent Management da Clave Consultoria, atua há mais de 15 anos em projetos nacionais e internacionais de Atração e Seleção. Especialista em mapeamento de perfil, para apoiar as empresas em suas tomadas de decisão mais assertiva.

Taissa Costa

É Partner & COO da Clave, formada em Administração pela PUC, certificação em Coaching Executivo pelo ICI e ferramenta DISC pelo E-Talent, com mais de 13 anos de experiência em RH. Destaque para a criação e implantação de projetos de consultoria em Carreira & Sucessão, Assessment e Jovens Talentos que se tornaram referência em diversos segmentos do mercado.

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